O apego é um conceito central na psicologia que descreve o vínculo emocional profundo e duradouro que se forma entre pessoas, especialmente entre crianças e seus cuidadores principais. Mais do que uma simples preferência, ele representa uma necessidade inata de proximidade, segurança e conforto emocional, essencial para o desenvolvimento saudável. Para quem está buscando entender o que é apego na psicologia ou como o apego influencia relacionamentos adultos, é importante saber que ele não é apenas sobre infância — seus padrões moldam como nos conectamos ao longo da vida, afetando nossa autoestima, confiança e capacidade de lidar com separações ou intimidade.
A teoria do apego, desenvolvida por John Bowlby e ampliada por Mary Ainsworth, explica que o apego surge como um mecanismo evolutivo de sobrevivência. Bebês nascem programados para buscar proximidade com figuras de proteção, emitindo sinais como choro ou sorriso para garantir cuidados. Bowlby, em seus trabalhos na OMS (1951-1969), descreveu o apego como um sistema comportamental inato que promove a segurança.
Mary Ainsworth, por meio do experimento "Situação Estranha" (1970s), identificou padrões de apego observáveis em crianças de 12-18 meses. Esses padrões não são diagnósticos isolados, mas indicam a qualidade do vínculo:
Esses padrões são influenciados pela sensibilidade do cuidador, conforme diretrizes da OMS sobre desenvolvimento infantil precoce.
Embora o "apego" não seja um transtorno diagnosticado isoladamente no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR, American Psychiatric Association, 2022), padrões inseguros são fatores de risco para transtornos mentais. Por exemplo, o Transtorno de Apego Reativo (código F94.1 no DSM-5-TR) ocorre em crianças institucionalizadas com privação severa, manifestando inibição emocional ou hipervigilância. Sintomas incluem:
A Organização Mundial da Saúde (OMS), na CID-11 (Classificação Internacional de Doenças, 11ª revisão), classifica o Transtorno de Apego Reativo sob 6B44 e o Transtorno de Engajamento Social Desinibido (6B45), enfatizando impactos de cuidados inadequados na primeira infância. O mhGAP (Programa de Ação em Saúde Mental da OMS, atualizado em 2016) reconhece padrões de apego inseguros como indicadores de risco para problemas emocionais, recomendando intervenções precoces para promover vínculos seguros.
A qualidade do apego depende da consistência e responsividade do ambiente. Conforme o Relatório Mundial de Saúde Mental da OMS (2022) e estudos longitudinais (como o Minnesota Study of Risk and Adaptation), fatores incluem:
Esses elementos destacam que o apego é moldável, especialmente com intervenções oportunas.
Padrões de infância persistem na vida adulta, influenciando relacionamentos amorosos e como lidar com apego ansioso em adultos. Estratégias endossadas pelo mhGAP da OMS e evidências do DSM-5-TR ajudam a promover apego seguro como complemento à terapia:
Ao entender o que é apego e trabalhar padrões, você investe em conexões mais saudáveis e em bem-estar emocional duradouro. Lembre-se: mudanças são possíveis em qualquer idade, e buscar um psicólogo é um passo corajoso e transformador — você merece vínculos que nutram sua segurança interior.
DSM-5-TR (APA, 2022); CID-11 e mhGAP (OMS); Relatório Mundial de Saúde Mental (OMS, 2022); Teoria do Apego de Bowlby (OMS, 1951) e Ainsworth (1978)
Foto de Tatiana Syrikova: https://www.pexels.com/pt-br/foto/amor-fofo-bonitinho-jogando-3933513/