O Silêncio que Cura: O Espaço para Ser: O Silêncio como ferramenta de cura na psicoterapia

Descubra como a quietude no ambiente terapêutico deixa de ser um vazio para se tornar um espaço seguro de autoconhecimento e transformação.

Por Eduardo Brancaglioni Marquetti Lazaro, CRP 06/199338

25/09/2025 às 02:18, atualizado em 25/09/2025 às 02:19

Tempo de leitura: 2m

Foto do profissional Eduardo Brancaglioni Marquetti Lazaro
Eduardo Brancaglioni Marquetti Lazaro
Psicólogo
CRP 06/199338 Mogi das Cruzes/SP
Possui vagas para atendimento social

Em um mundo barulhento que valoriza a extroversão, a ideia do silêncio pode ser desconfortável. No entanto, no contexto da psicoterapia, ele se revela uma das mais potentes ferramentas para a cura emocional. O silêncio terapêutico não tem a ver com a falta do que dizer; ele é, na verdade, uma forma sofisticada de escuta ativa, uma pausa intencional que convida à reflexão.

Quando um terapeuta permanece em silêncio, ele cria um espaço seguro para o paciente. Essa quietude comunica aceitação e confiança, permitindo que a pessoa olhe para dentro sem a pressão de ter que performar ou entreter. É nesse ambiente que o verdadeiro autoconhecimento floresce. Como aponta Susan Cain em sua pesquisa sobre o poder dos introvertidos, a quietude é essencial para o processamento profundo de ideias e emoções (Cain, 2012). Na terapia, esse princípio é fundamental. O silêncio dá ao paciente tempo para organizar seus pensamentos, sentir suas emoções sem julgamento e, muitas vezes, chegar a conclusões que o ruído constante do cotidiano impede.

Essa prática transforma o silêncio de algo temido em um aliado. O autor Robert Sardello discute o silêncio como uma dimensão que nos conecta com a alma e com verdades mais profundas (Sardello, 1999). Na prática clínica, isso se traduz em momentos de grande clareza, os chamados insights. Ao sustentar o silêncio, o terapeuta não abandona o paciente; pelo contrário, ele o acompanha em um mergulho interno, validando sua capacidade de encontrar as próprias respostas e promovendo uma reorganização psíquica que está na base da mudança terapêutica

Referências

CAIN, Susan. O poder dos quietos: como os tímidos e introvertidos podem mudar um mundo que não para de falar. Rio de Janeiro: Agir, 2012.

SARDELLO, Robert. Silence: The Mystery of Wholeness. Great Barrington: Lindisfarne Books, 1999.

ITTEN, Theodor; ITTEN, Marion. The Art of Silence and Human Behaviour. Berlim: Gestalten, 2021.

Este artigo foi útil para você?

Não me ajudou
Me ajudou muito

Você é psicólogo e quer ter mais visibilidade?

Apareça no Google como este artigo — sem pagar anúncios.

Quero saber mais e me cadastrar
Se você está passando por uma crise suicida, ligue para o CVV. O atendimento é realizado pelo site www.cvv.org.br. ou no telefone 188, a ligação é gratuita, 24h. Em caso de emergência, procure o hospital mais próximo. Havendo risco de morte, ligue para o SAMU no telefone 192.