Sabe, é engraçado como a gente faz algo de coração pra alguém e, sem nem perceber, lá no fundo, cria aquela expectativa de que, de um jeito ou de outro, o bem vai voltar pra gente. E aí, quando isso não rola, a gente sente que foi ingênuo. É uma sensação de injustiça que todo mundo já sentiu.
A nossa cabeça, no fundo, funciona assim. Tem uma coisa na gente que é a reciprocidade. A gente aprende, desde pequeno, que as relações são baseadas na troca. Se você é legal, os outros também têm que ser. É quase um contrato invisível que a gente espera que funcione para todo mundo. E tem mais, a gente tem essa mania de acreditar que o mundo é justo de verdade. A gente crê que boas ações serão recompensadas. Quando a vida mostra que não é bem assim, a gente fica sem saber o que fazer.
Mas aí a gente pode olhar para o que uns pensadores antigos diziam, uns caras chamados estoicos. Eles tinham uma ideia bem direta: não se faz o bem esperando um retorno. Para eles, a própria atitude de ser gentil já é a sua recompensa. A nossa paz de espírito não pode depender do que os outros fazem, porque a gente não tem controle nenhum sobre isso. A decepção que a gente sente não vem da nossa boa ação, mas da expectativa que a gente criou. O caminho, então, é fazer o que é certo porque é o certo a se fazer, e não pelo que a gente pode ganhar. A satisfação está em ser a sua própria recompensa.
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Fontes e referências
- Gouldner, A. W. (1960). The norm of reciprocity: A preliminary statement. American Sociological Review. (Um dos textos mais importantes sobre o conceito de reciprocidade na sociologia.)
- Lerner, M. J., & Miller, D. T. (1978). Just world research and the attribution process: Looking back and ahead. Psychological Bulletin. (Artigo fundamental sobre a hipótese do mundo justo na psicologia social.)
- Séneca. (c. 65 d.C.). Sobre a felicidade. (Obra clássica do estoicismo que aborda como a virtude e a bondade são a própria recompensa, independente de resultados externos.)